"Se as crianças não forem expostas a música estranha, elas podem muito bem crescer, ir à escola, arrumar empregos, ter filhos... e morrer! Sem nunca terem experimentado a loucura! Isso é muito perigoso!" - LUX INTERIOR
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Por uma lei municipal de incentivo à cultura
A banda rondonense Hell Bullet (www.myspace.com/hellbullethrash) está conseguindo uma façanha e tanto. Andando com as próprias pernas e levando tudo no peito e na raça estão conseguindo uma projeção inimaginável no Brasil em se tratando de um grupo que se propõe a fazer thrash metal em uma cidade onde não existe praticamente nenhum público e muito menos apoio para eventos musicais que estejam fora da linha bailão e dupla sertaneja.
Com um disquinho de apenas quatro faixas lançado em 2008 e gravado com grana do próprio bolso, resolveram divulgar o seu trabalho principalmente na internet. Colheram os frutos vendendo algumas centenas de CDs e alcançando alguns milhares de downloads gratuitos. Depois, seguiram-se alguns shows por alguns Estados brasileiros.
Mas, as surpresas continuaram. Comprovando a qualidade do trabalho, o Hell Bullet teve o seu disco, chamado “Kill for Beer”, lançado em CD na Rússia e depois houve outro lançamento em fita K-7 na Tailândia. E, agora, o disco acaba de ser lançado na Hungria em vinil de 7 polegadas. Tudo em edições limitadas, coisa rara, de colecionador. Vende que é uma beleza!
Formado pelos irmãos rondonenses Jeca (baixo e vocal) e Rodrigo (bateria) e pelos guitarristas Chuck e Tonho, o Hell Bullet pretende gravar um novo disco este ano. Pelo jeito, tudo de novo no peito e na raça.
A trajetória do Hell Bullet me faz pensar mais uma vez em por que não existe um incentivo público maior do município para os artistas rondonenses, gente que faz das tripas coração e tem um reconhecimento praticamente zero da nossa comunidade. Experiências de outros municípios mostram que é possível, através de uma lei de incentivo à cultura, publicar livros, gravar discos, promover mostras de pintura, fomentar grupos profissionais de teatro e muito mais. Seria uma ajuda e tanto para quem tem coragem e talento para ser artista, sem com isso nem chegar perto de comprometer o orçamento público.
Eventos como o Miss Rondon (que por sinal este ano esteve muito bem organizado), apresentações de danças folclóricas e desfiles cívicos são importantes para o município. Mas, temos condições e devemos fazer mais pela nossa área cultural. Marechal Cândido Rondon precisa e os artistas rondonenses merecem...
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