quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Baixe show histórico do Nirvana em Seattle


No embalo das celebrações dos 20 anos de "Nevermind", segue link com show histórico do Nirvana gravado no Teatro Paramount, em 31 de outubro de 1991. Foi o primeiro show que Kurt Cobain e cia. fizeram em Seattle, algumas semanas depois de "Nevermind" ter sido lançado, exatamente quando o Nirvana estava em ascensão meteórica para o estrelato. Destaque para a primeira faixa, o cover do Vaselines, que o Nirvana iria registrar dois anos depois e oficialmente no disco "Unplugged in New York".

Na imagem, o ingresso para o show, que foi filmado e várias imagens foram utilizadas no clip de "Lithium".

TRACKLIST:

Jesus Don’t Want Me For A Sunbeam
Aneurysm
Drain You
School
Floyd the Barber
Smells Like Teen Spirit
About a Girl
Polly
Breed
Sliver
Love Buzz
Lithium
Been a Son
Negative Creep
On a Plain
Blew
Rape Me
Territorial Pissings
Endless Nameless

LINKS:
http://www.megaupload.com/?d=RKI5LMGI

http://www.megaupload.com/?d=HC28UOZB

Baixe nova coletânea da Patti Smith


"Outside Society" é a recém lançada coletânea que cobre as quase quatro décadas de carreira da cantora Patti Smith.

01. Gloria
02. Free Money
03. Ain’t It Strange
04. Pissing In A River
05. Because The Night
06. Rock N Roll Nigger
07. Dancing Barefoot
08. Frederick
09. So You Want To Be A Rock N Roll Star
10. People Have The Power
11. Up There Down There
12. Beneath The Southern Cross
13. Summer Cannibals
14. 1959
15. Glitter In Their Eyes
16. Lo And Beholden (Radio Edit)
17. Smells Like Teen Spirit (Radio Edit)
18. Trampin’

LINK:
http://www.loadly.com/528w81phjjnd/ptty-11.rar

sábado, 27 de agosto de 2011

PROGRAMA EDIÇÃO Nº 394


1) OFFSPRING – COME OUT AND PLAY
2) BAD RELIGION – PUNK ROCK SONG
3) TITÃS – NEM SEMPRE SE PODE SER DEUS
4) TEQUILA BABY – 51
5) ACÚSTICOS & VALVULADOS – BUBBLEGUM
6) BIDÊ OU BALDE – TUDO BEM
7) RED HOT CHILI PEPPERS – THE ADVENTURES OF RAINDANCE MAGGIE

8) GUNS N’ ROSES – KNOCKING ON HEAVEN’S DOORS
9) STEPPENWOLF – BORN TO BE WILD
10) CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL – THE MIDNIGHT SPECIAL
11) MOPTOP – O ROCK ACABOU
12) ERASMO CARLOS – KAMASUTRA
13) CAPITAL INICIAL – INDEPENDÊNCIA
14) THE KILLS – BABY SAYS

15) NIRVANA – SLIVER
16) PEARL JAM – SPIN THE BLACK CIRCLE
17) IRA! – ENTRE SEUS RINS
18) SUPERGUIDIS – MANUAL DE INSTRUÇÕES
19) LEGIÃO URBANA – SE FIQUEI ESPERANDO MEU AMOR PASSAR
20) THE CURE – JUST LIKE HEAVEN
21) DARWIN DEEZ – CONSTELATIONS
22) RANCID – RUBY SOHO

23) VANGUART – SE TIVER QUE SER NA BALA, VAI
24) PELEBRÓI NÃO SEI – NÃO DÁ NADA
25) IRON MAIDEN – THE TROOPER
26) RAGE AGAINST THE MACHINE - TESTIFY
27) RAMONES – SURFING BIRD
28) THE ANIMALS – THE HOUSE OF THE RISING SUN
29) ROLLING STONES - HAPPY

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Baixe novo disco do Vanguart


"Boa parte de mim vai embora" é o novo disco do Vanguart.

TRACKLIST:

01- Mi Vida Eres Tu
02- Se Tiver Que Ser Na Bala, Vai
03- Desmentindo a Despedida
04- Nessa Cidade
05- Engole (Arde Mais Que Brasa Em Pele Quente)
06- A Patinha Da Garça
07- Eu Vou Lá
08- Onde Você Parou
09- Das Lágrimas
10- Amigo
11- Morrerão
12- O Que A Gente Podia Ser
13- Depressa

LINK PARA DOWNLOAD:
http://www.mediafire.com/?qc3v9ct8joo8z7q

Exame toxicológico não esclarece morte de Amy Winehouse


Os resultados toxicológicos divulgados para a família da cantora Amy Winehouse esta semana suscitaram quase tantas dúvidas quanto respostas, disseram especialistas nesta quarta-feira, mantendo o mistério sobre a causa da morte da cantora de "Rehab."

A família de Amy Winehouse divulgou um comunicado, na terça-feira, dizendo que nenhuma substância ilegal foi encontrada no corpo da cantora de 27 anos depois da morte dela, em casa, no norte de Londres, em 23 de julho.

A ausência de drogas proibidas pode ser um alívio para o pai da artista, Mitch, dado o histórico de Amy de uso de drogas e álcool e a especulação sobre o papel que os narcóticos podem ter tido na sua morte.

"Isso não me faz sentir menos a perda da minha filha, mas estamos satisfeitos de sermos capaz de acertar a história até uma certa extensão", disse ele ao tablóide britânico "The Sun".
Apesar disso, o comunicado não especificou se alguma droga legal foi encontrada e disse que havia álcool, "mas não se podia determinar se ele teve alguma participação na morte dela."

Somando-se à confusão há o fato de que os resultados toxicológicos foram passados à família e não tornados públicos por inteiro.

Especialistas em vícios e em toxicologia afirmaram que a informação divulgada na terça-feira pouco fez para solucionar o enigma da morte da cantora. Embora a causa talvez seja esclarecida em um inquérito marcado para 26 de outubro, mesmo lá poderá ser considerada como "não determinada".

"Combinações de substâncias perfeitamente legais podem ser letais", disse Jeremy Clitherow, um farmacêutico de Liverpool, no norte da Inglaterra, especialista em adição.

"É preciso observar os termos (do relatório toxicológico). Você tem de ler o relatório, e não uma versão dele. Não dá para especular."

Mitch disse durante sua fala no funeral que acredita que Winehouse tenha vencido o seu problema com drogas há três anos, mas tentava lidar com a bebida.

FONTE:
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/964654-exame-toxicologico-nao-esclarece-morte-de-amy-winehouse.shtml

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Baixe novo disco do Red Hot Chili Peppers


"I'm With You" é o novo álbum do Red Hot Chili Peppers!

TRACKLIST:

1 – “Monarchy of Roses”
2 – “Factory of Faith”
3 – “Brendan’s Death Song”
4 – “Ethiopia”
5 – “Annie Wants a Baby”
6 - "Look Around”
7 – “The Adventures of Rain Dance Maggie”
8 – “Did I Let You Know”
9 – “Goodbye Hooray”
10 – “Happiness Loves Company”
11 – “Police Station”
12 – “Even You Brutus?”
13 – “Meet Me at the Corner”
14 – “Dance, Dance, Dance”

LINK PARA DOWNLOAD:
http://www.wupload.com.br/file/128453376

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Crítico britânico ataca obsessão da música em copiar passado recente


Por ANDRÉ BARCINSKI
FOLHA DE S. PAULO

Autor de livros fundamentais sobre a cena eletrônica e o pós-punk, o crítico musical britânico Simon Reynolds lançou um livro tentando explicar um dos fenômenos mais evidentes da cultura pop atual: por que tanta música nova parece cópia de música mais antiga?

Em "Retromania - Pop Culture's Addiction to its Own Past" (em tradução livre, retromania - a obsessão da cultura pop por seu próprio passado), ainda inédito no Brasil, Reynolds traça um panorama nada otimista da cena cultural do século 21.

Em entrevista à Folha, Reynolds afirma que os downloads de música e a oferta infinita de produtos são "um desastre para artistas e para fãs".

"A cultura digital se fundamenta na facilidade, e a facilidade de acesso e o custo mínimo de aquisição têm levado a uma depreciação no valor da música e à degradação da experiência audiófila."

Segundo o autor, todo grande movimento cultural buscou inspiração em alguma manifestação do passado. O problema é que artistas atuais estão buscando suas musas num passado cada vez mais próximo.

"Nunca houve, na história universal, uma sociedade tão obcecada com os artefatos culturais de seu passado imediato. É o que distingue 'retrô' de história", afirma.

Isso criaria, segundo Reynolds, um círculo vicioso, em que as influências que cada artista sofreu têm mais peso que a inspiração artística.

No livro, o autor analisa os fenômenos das turnês de reunião de bandas, o aumento impressionante da venda de discos de catálogo, a influência do YouTube como "arquivo infinito" da cultura pop e a forma como a música é consumida hoje, "muito mais como pano de fundo para outras atividades, como trabalhar no computador ou andar de metrô".

A conclusão é pouco animadora: "Acho que hoje há muita coisa legal para ouvir, mas a maioria envolve, de certa forma, a reinterpretação do passado".

"Não tenho ouvido coisas que, na época, me pareceram tão novas e radicais quanto 'Remain in Light', do Talking Heads, por exemplo, um disco que, especialmente no segundo lado, parece conter em cada canção uma nova direção para a música."

No livro "Retromania - Pop Culture's Addiction to its Own Past" (em tradução livre, retromania - a obsessão da cultura pop por seu próprio passado), ainda inédito no Brasil, o crítico musical britânico Simon Reynolds traça um panorama nada otimista da cena cultural do século 21. Por que tanta música nova parece cópia de música mais antiga?

Folha - No livro, você diz que tem um filho pequeno. Ele é fã de música? Como você compara a sua própria experiência, crescendo como um fã de música nos anos 70 e 80, à experiência do seu filho?

Simon Reynolds - Kieran tem 11 anos e não parece muito interessado em música. Possivelmente, por ter um pai que é crítico de música e que fica tocando música o tempo todo e de todos os tipos, muitas vezes música estranha. É como se música fosse o "meu" negócio e ele estivesse em busca do negócio "dele'.

Kieran adora videogames, diferentemente de mim, que nunca fui interessado nisso. E ele também adora qualquer coisa relacionada a computadores - e-mail, Youtube, Ebay. Ele cresceu como parte da geração conectada. Este é seu mundo.

Acredito que, para a geração dele, música é legal e divertido, mas não tem a mesma importância que teve para a minha geração ou para a geração que sucedeu a minha, a juventude dos anos 90.

Nós realmente víamos a música como a principal arena cultural, era o que nos explicava a nós mesmos e parecia se conectar a todas as outras áreas da cultura e política. Se você, como eu, era ligado em punk e pós-punk, então lia certo tipo de livros, via certo tipo de filmes, tinha interesse em teoria crítica e outras coisas do tipo. Acho que a música foi relegada a ser apenas uma pequena parte do horizonte cultural, e não a parte principal.

Kieran gosta de algumas músicas em particular - como algumas faixas do Black Eyed peãs, por exemplo - mas não acho que ele esteja disposto a explorar a música como parte de sua formação de identidade. Talvez isso aconteça quando ele for um adolescente e descobrir música que tenha relação com sexualidade, ansiedade e toda a confusão que vem com essa fase de transição na vida.

Música também é ligada a diferenças sociais e a ser descolado, é uma forma de socialização entre adolescentes, da mesma forma como Pokemon é hoje para Kieran. Então, acho que, com o passar do tempo, ele vai ter um interesse maior por música, quem sabe até pela música que o pai dele gosta.

Minha filha Tasmin tem 5 anos e ama música. Ela adora dançar, tem um bom senso rítmico e é capaz de passos incríveis, algo no meio do caminho entre o break e artes marciais. Ela tem artistas favoritos, como Pink, Justin Bieber, Ke$ha e Katy Perry. Basicamente, ela gosta de qualquer coisa que toque no rádio e que pareça uma versão pop do Techno e da house music que eu dançava nos anos 90. Ela curte melodia e ritmo, basicamente.

Você acha que a facilidade em baixar música tem, de certa maneira, desvalorizado a música?

Pessoas de tendência liberal ou de esquerda muitas vezes têm um reflexo anticapitalista de dizer: "Que bom que a música é de graça agora, que não está apenas enriquecendo corporações". Mas sou da opinião que a de-commodification não tem funcionado muito bem para a música.

Claramente, é um desastre para os artistas e para a indústria. Mas também para ouvintes e fãs. Veja bem: quando a música custava dinheiro e vinha numa forma sólida, em que, para consegui-la, você tinha de ir a uma loja, e isso envolvia tempo e dinheiro, as pessoas davam mais valor a ela.

A equação é simples: se você gastou dinheiro num bem cultural, seja um livro, revista, disco, etc., você vai gastar tempo tentando extrair o máximo dele. Se você gasta dinheiro com um CD, vai prestar atenção nele quando tocá-lo, e vai tocá-lo mais vezes. Se você obtém um CD de graça, na forma de downloads, você fica mais propenso a ouvir poucas vezes e de uma forma mais distraída. Você vai ouvir a música enquanto faz outras coisas no computador (chamam a isso de "síndrome de atenção parcial"), e você muitas vezes nem vai ouvir o disco todo.

Além disso, se você vive baixando muita música, como as pessoas tendem a fazer quando conseguem música de graça, é matematicamente mais provável que você ouça cada canção menos vezes. E muitos discos só começam a se revelar totalmente depois de repetidas audições.

Para responder à sua pergunta: sim, eu diria que a cultura digital se fundamenta na facilidade, e que a facilidade de acesso e o custo mínimo de aquisição têm levado a uma depreciação no valor da música e à degradação da experiência audiófila.

Mesmo os artistas novos que você elogia no livro - Ariel Pink, por exemplo - fizeram suas carreiras reinterpretando o passado. Você consegue enxergar algo realmente novo sendo feito hoje em dia?

Sim, vejo um número razoável de coisas que eu poderia descrever como relativamente novo ou vagamente inovador. Mas aquelas coisas que, de vez em quando, surgiam como "Uau! FUTURISTA!", essas sumiram, são cada vez mais raras.

Nos anos 90, havia vários gêneros ou movimentos que pareciam grandes ondas de inovação que se sustentaram por vários anos, ou por toda a década: gêneros como jungle, R&B, street rap ou dancehall.

Nos últimos dez anos, parece que os gêneros se tornaram quase estáticos, mas, de vez em quando, no meio de tanta coisa banal e mundana, você via o brilho de algo realmente novo. Em R&B, por exemplo, uma vez ou outra você via algo realmente extraordinário como "Umbrella", da Rihanna, ou "Single Ladies", da Beyoncé.

O dubstep me parece uma extensão dos anos 90, como um tipo de versão adulta e lenta de jungle. Mas produz algumas coisas excitantes: o EP homônimo do Zomby e partes de seu novo álbum, "Dedication", que saiu pelo selo 4AD, as faixas de Cooly G no selo Hyperdub, algumas coisas de James Blake e Ramadanman.

Na música eletrônica tem gente fazendo coisas interessantes: Ricardo Villalobos, Actress, Tobias... Nomes como Oneohtrix, Point Never e Laurel Halo se inspiram muito no passado - música analógica de sintetizadores dos anos 70 e 80, New Age, etc., mas é inegável que fizeram coisas novas.

Uma das áreas onde, acredito, coisas muito interessantes vêm aparecendo é a área de manipulação de vozes: texturização digital de vocais, aceleração e redução de vocais, micro-edição de "samples" de voz. Você pode ouvir isso em música eletrônica extrema e underground (Burial, James Blake) e também no gênero witch house (Salem, etc.), e até na música pop mais comercial (Black Eyed Peas, Ke$ha).

Isso é excitante, embora, se você pensar bem, pode ser rastreado aos anos 90 e a coisas com vocais sampleados que produtores de house e jungle fizeram. Sem esquecer de Cher e de sua faixa "Believe", em 1999, com vocal manipulado via Autotune!

Há algumas semanas, o Arctic Monkeys colocou na web seu novo álbum para os fãs ouvirem. Cada faixa tinha um contador, que permitia ver quantas vezes havia sido ouvida. Mais de 75% das pessoas que ouviram a primeira música não chegaram à última. Você acha que isso pode ser explicado mais pelo déficit de atenção do público, ou pelo fim do LP como um formato de lançamento viável?

Acho que se refere ao que escrevi sobre a depreciação no valor da música e os efeitos da cultura digital na capacidade de atenção do público. O problema de ouvir música via computador ou Iphone conectado à Internet é que o mesmo portal que está conectando você à música é também capaz de, simultaneamente, conectá-lo a milhões de outras coisas. Então, há uma tentação irresistível a clicar em outra coisa e fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo - checar e-mails, baixar mais música, etc. Então você raramente está imerso apenas na música.

Publicações na web são criadas para desestimular o leitor a terminar de ler qualquer artigo, porque elas têm uma série de links coloridos e que chamam a atenção. As publicações não querem que você termine o artigo, porque querem o maior número possível de cliques. Quanto mais você pular de uma parte a outra, melhor para eles.

Você acredita que a mesma visão que seu livro traz da música pode ser estendida ao cinema? Me parece que, desde o surgimento de Tarantino, Robert Rodriguez e outros diretores criados à base de filmes velhos em vídeo e TV a cabo, o cinema tem se tornado cada vez mais uma colcha de retalhos de outros filmes.

Não me parece tão crônico em cinema quanto em música. Você está certo sobre Tarantino, ele é o exemplo óbvio de um fenômeno que detalho em meu livro, que é o do "curador-criador". E se no rock existem as "bandas de colecionadores de discos", com músicos que trabalharam em lojas de discos (como Ariel Pink, por exemplo), o mesmo aconteceu com Tarantino, que foi balconista de uma locadora de filmes. Foi ali que ele criou todo seu conhecimento sobre filmes e sistematicamente dissecou a história do cinema. Então faz sentido que seus filmes sejam baseados em vários estilos e repletos de piadas e sacadas com filmes antigos. O mesmo ocorre com Jim Jarmusch.

Um fenômeno que pensei em explorar no livro foi o das refilmagens. Mas concluí que as razões não eram tão complexas quanto a retromania é para a música. No caso das refilmagens, acho que são 100% motivadas por dinheiro: o reconhecimento, por parte do público, de um filme antigo, pode garantir um certo número de espectadores para a refilmagem. Concluí que não havia muito o que investigar ali.

Tenho uma filha de três anos. Alguns dias atrás, montei minha velha vitrola e toquei alguns discos para ela. Foi fascinante perceber a reação de alguém que, nascida na era digital, teve, pela primeira vez, a chance de ver uma agulha tocando num pedaço de plástico e produzindo som. Você acha que esse aspecto tátil da música, tanto no ouvir música quanto na produção, está mudando a maneira como a música é percebida?

É claro que existe algo de muito estranho na música pop moderna, em que se simula a energia e o som de música tocada ao vivo, mas onde toda a integridade da performance foi desvirtuada pelo uso de elementos de copy/paste que permitem mover a música e torná-la "perfeita". Você consegue perceber, quase subliminarmente, que o que você está ouvindo não é real.

Não é de hoje que gravações de rock têm sido melhoradas por "overdubs" e erros têm sido consertados por edições e substituições, mas hoje vivemos a era em que os sons se tornaram apenas uma massa que pode ser processada ou mudada a gosto. De uma certa forma, é exatamente como eu imaginava a música com o pós-rock, mas, em outro nível, tem uma certa fraudulência no ar, já que simula o som de uma banda tocando ao vivo. Depois, quando você adiciona tratamentos como compressão e AutoTune, o resultado é algo realmente horrível de escutar.

Em gêneros como hip hop, R&B e dance music, isso não parece importar muito, já que são gêneros antinaturais, dependentes da tecnologia e onde não há sequer a intenção de simular "pessoas tocando juntas num estúdio".

Como autor e alguém que depende de seus livros e artigos para sobreviver, como você vê a troca de arquivos na Internet?

Bom, é ótimo poder achar aquele disco raro que eu sempre quis. Mas, de maneira geral, a troca de arquivos tem sido muito ruim para a minha apreciação de música. Para uma pessoa como eu, que cresceu numa época em que música custava dinheiro, ter música de graça na internet é como ganhar a chave da maior loja de discos do mundo. O problema é que nosso tempo não é infinito.

Eu adorei seu livro, mas tenho de confessor que me deixou triste, porque o futuro não parece muito promissor. Como a experiência de escrevê-lo te afetou?

Quando comecei, estava perplexo e ansioso pelo estado da música e, embora eu tenha encontrado muitas explicações no caminho, por meio de minha pesquisa e pensamentos sobre o assunto, terminei exatamente como comecei: perplexo e ansioso.

Concluí que há muita coisa legal para ouvir, mas que a maioria envolve, de certa forma, a reinterpretação do passado. Não tenho ouvido coisas que, na época, me pareceram tão novas e radicais quanto "Remain in Light", do Talking Heads, por exemplo, um disco que, especialmente no segundo lado, parece conter em cada canção uma nova direção para a música.

Tenho acompanhado o lado eletrônico-techno-rave da música, mas a primeira década do século 21 parece ter atingido um ponto em que as pessoas estão experimentando com formas já conhecidas ou criando híbridos ao combinar coisas diferentes da própria história da música eletrônica. Então, tem sido difícil encontrar, hoje, a mesma sensação de novidade absoluta e energia que senti quando ouvi jungle, ou gabba, ou Techno minimal nos anos 90.

Eu diria que o futuro não parece muito promissor, embora, muitas vezes, períodos de estagnação sejam prólogos para algum tipo de erupção cultural.

Estou cautelosamente otimista sobre a nova geração de músicos que só conheceram a Internet. No mínimo, estou curioso sobre o que vai acontecer daqui por diante. Me parece que vivemos uma época interessante. A velha maneira analógica de fazer as coisas - a forma como a cultura funcionava - entrou em colapso, mas acho que alguma coisa vai surgir dessas ruínas.

Documentário "Uma Noite em 67"


Era 21 de outubro de 1967. No Teatro Paramount, centro de São Paulo, acontecia a final do III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record. Diante de uma plateia fervorosa - disposta a aplaudir ou vaiar com igual intensidade -, alguns dos artistas hoje considerados de importância fundamental para a MPB se revezavam no palco para competir entre si. As canções se tornariam emblemáticas, mas até aquele momento permaneciam inéditas. Entre os 12 finalistas, Chico Buarque e o MPB 4 vinham com “Roda Viva”; Caetano Veloso, com “Alegria, Alegria”’; Gilberto Gil e os Mutantes, com “Domingo no Parque”; Edu Lobo, com “Ponteio”; Roberto Carlos, com o samba “Maria, Carnaval e Cinzas”; e Sérgio Ricardo, com “Beto Bom de Bola”. A briga tinha tudo para ser boa. E foi. Entrou para a história dos festivais, da música popular e da cultura do País.

“É naquele momento que o Tropicalismo explode, a MPB racha, Caetano e Gil se tornam ídolos instantâneos, e se confrontam as diversas correntes musicais e políticas da época”, resume o produtor musical, escritor e compositor Nelson Motta. O Festival de 1967 teve o seu ápice naquela noite. Uma noite que se notabilizou não só pelas revoluções artísticas, mas também por alguns dramas bem peculiares, em um período de grandes tensões e expectativas. Foi naquele dia, por exemplo, que Sérgio Ricardo selou seu destino artístico ao quebrar o violão e atirá-lo à plateia depois de ser duramente vaiado pela canção “Beto Bom de Bola”.

O documentário Uma Noite em 67, dirigido por Renato Terra e Ricardo Calil, mostra os elementos que transformaram aquela final de festival no clímax da produção musical dos anos 60 no Brasil. Para tanto, o filme resgata imagens históricas e traz depoimentos inéditos dos principais personagens: Chico, Caetano, Roberto, Gil, Edu e Sérgio Ricardo. Além deles, algumas testemunhas privilegiadas da festa/batalha, como o jornalista Sérgio Cabral (um dos jurados) e o produtor Solano Ribeiro, partilham suas memórias de uma noite inesquecível.

"Para quem viveu aqueles anos, trata-se de um passeio pela memória; para quem, daquelas canções, conhece apenas as lendas (...), o filme é um passeio pelo Brasil que fez manifestação contra a guitarra elétrica e, calado pela ditadura, parecia disposto a vaiar quem quer que fosse, de Roberto Carlos a Caetano Veloso" (Ana Paula Sousa – Folha de S. Paulo)

"Contra a azia e a má digestão causadas pelas recentes falas de dois generais, existe um antiácido. Trata-se do documentário "Uma Noite em 67", de Renato Terra e Ricardo Calil (...). É uma deliciosa viagem" (Zuenir Ventura – O Globo) .

"O filme faz uma excepcional prospecção de imagens da época e acerta ao preservar as apresentações completas dos concorrentes" (Luiz Zanin – O Estado de S. Paulo)inesquecível.

"O filme é mais do que ‘musical’. É político, ideológico. Foi, para mim, uma experiência visceral." (Luiz Carlos Merten – O Estado de S. Paulo)

"Um programa de TV? Um ringue de luta? Uma festinha doméstica de fim de ano? Ou um microcosmo da cultura em transformação? O festival foi tudo isso e muito mais. O filme o rememora mediante reflexões reveladoras, contradições expostas e informações inéditas de bastidores. Não precisa mais que isso para se ter um bom documentário." (Carlos Alberto Mattos)

"'Uma Noite em 67' é um documentário sobre seis canções. Simples assim. O complexo, na história do filme e do Brasil, é que em torno dessas apresentações giraram e ainda giram as questões mais essenciais da nossa cultura popular." (Carlos Nader, documentarista - Trip)

"Nos divertimos muito vendo o documentário Uma Noite em 67. O formato é simples, alternando imagens da época com depoimentos recentes dos cantores, mas generoso em detalhes." (Daniel Piza, O Estado de S. Paulo)

LINK:
http://www.megaupload.com/?d=9F4ODES3

sábado, 20 de agosto de 2011

PROGRAMA EDIÇÃO Nº 393


1) BEATLES – MAGICAL MYSTERY TOUR
2) CREEDENCE CLERWATER REVIVAL – HEY TONIGHT
3) CASA DAS MÁQUINAS – CASA DE ROCK
4) FAICHECLERES – ANINHA SEM TESÃO
5) IDENTIDADE - DANCE
6) ROLLING STONES – ANYBODY SEEN MY BABY
7) VELVET UNDERGROUND – FOGGY NOTION

8) ERASMO CARLOS – KAMASUTRA
9) JÚPITER MAÇÃ – BEATLE GEORGE
10) KAISER CHIEFS – I PREDICT A RIOT
11) GARBAGE – ONLY HAPPY WHEN IT RAINS
12) ARCTIC MONKEYS – DON’T SIT DOWN CAUSE I’VE MOVED YOUR CHAIR
13) BIDE OU BALDE – ISSO QUE É SÁBADO
14) PELEBRÓI NÃO SEI – NÃO DÁ NADA

15) STEPHEN MALKMUS – TIGERS
16) SMASHING PUMPKINS – TODAY
17) TITÃS – EU NÃO VOU DIZER NADA
18) VANGUART – ENQUANTO ISSO NA LANCHONETE
19) SUPERGUIDIS – NUNCA VOU SABER
20) GREEN DAY – MISERY
21) KINGS OF LEON – BACK DOWN SOUTH

22) BLACK SABBATH – SWEET LEAFE
23) THE CLASH – ROCK THE CASBAH
24) RAMONES – THE KKK TOOK MY BABY AWAY
25) IRA! – GRITOS NA MULTIDÃO
26) ACÚSTICOS & VALVULADOS – BUBBLEGUM
27) ENGENHEIROS DO HAVAI – TRIBOS E TRIBUNAIS
28) BLIND MELON – NO RAIN
29) ALICE IN CHAINS – WOULD?

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Baixe novo disco de Stephen Malkmus & Jicks


"Mirror Traffic" é o quinto álbum do vocalista do Pavement, Stephen Malkmus, agora acompanhado com sua outra banda, Jicks.

TRACKLIST:

01. Tigers
02. No One is (As I Are Be)
03. Senator
04. Brain Gallop
05. Jumblegloss
06. Asking Price
07. Stick Figures In Love
08. Spazz
09. Long Hard Book
10. Share the Red
11. Tune Grief
12. Forever 28
13. All Over Gently
14. Fall Away
15. Gorgeous Georgie

LINK PARA DOWNLOAD:
http://www.unibytes.com/jK-PL6.jtn-B/last

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Revolta da juventude inglesa não tem porta-voz na música pop


Por KRISSI MURISON
DO "GUARDIAN", EM LONDRES


Na terça-feira passada (9 de agosto), cópias da edição mais recente da revista "NME" ("New Musical Express") chegaram às prateleiras de qualquer banca de jornais do centro de Londres que ainda estivesse aberta, depois da turbulência da noite anterior. A capa (imagem acima) mostrava uma imagem de 1976 do The Clash, para lembrar o 35º aniversário da explosão do punk em Londres. Dentro da revista estava reproduzida a primeira entrevista que Barry Miles fez com a banda: "Eles falam do tédio de viver nos conjuntos habitacionais subsidiados pela prefeitura, de viver em casa com seus pais, das filas para receber o seguro-desemprego, dos empregos do tipo que destrói a mente oferecidos a desempregados que abandonaram o colégio antes de se formar. Falam de [...] como não há nada para fazer."

Mais tarde, enquanto Londres ardia em fogo, a ironia do fato de o Clash --uma banda para sempre associada a tumultos e protestos-- estar novamente na capa
da "NME" ficou muito clara. Mas, se bem que teria sido uma satisfação traçar paralelos entre o discurso revolucionário do Clash em 1976 e os acontecimentos incendiários da semana, a realidade não foi tão exata. Os fatos básicos relacionados a ser jovem, sem dinheiro e entediado em Londres e fora dela podem não ter mudado muito desde aquela época, mas todo o resto do que Mick Jones e Joe Strummer descreveram mudou.

"Acho que as pessoas precisam saber que somos antifascistas, somos antiviolência, somos antirracistas e somos pró-criativos. Somos contra a ignorância", disse Strummer, quando perguntado como sua banda estava propondo uma solução para o tédio e a frustração daqueles jovens. "Não preciso me embebedar todas as noites e sair por aí chutando pessoas e depredando telefones públicos [...]. Estamos falando de temas que realmente acreditamos que têm importância. Esperamos educar qualquer jovem que vier nos ouvir."

Se esse foi o manifesto do punk em 1976, eis o que a música tem em 2011 que mais se aproxima de um manifesto: "Kill People. Burn Shit. Fuck School" (Mate Pessoas. Incendeie Coisas. Foda-se a Escola). É uma canção do Odd Future Wolf Gang Kill Them All, cuja anarquia apática talvez constitua uma trilha sonora mais apropriada que a do Clash --se bem que não intencional-- para a violência da semana passada. Para os não iniciados, o Odd Future é um controverso coletivo de rap de Los Angeles liderado por Tyler the Creator --um sujeito de classe média que abandonou o colégio e é um anti-herói da cultura pop, amado por descolados e fãs do indie rock. Não estou desancando Tyler: diferentemente de Strummer, ele não pediu para ser o porta-voz de uma geração. E, como a moçada que botou fogo e saqueou lojas familiares de seus próprios bairros, ele é o primeiro a admitir que não tem grande coisa a dizer. Ele apenas gosta de provocar confusão, por mais sem sentido ela possa ser.

Mas é assim, ao que parece, que soa a rebelião em 2011: de olhar morto, uma coisa oportunista e de turba. Uma coisa é certa, não existe no momento ninguém mais que esteja tentando articular qualquer coisa com mais significado na cultura pop. Houve época em que os roqueiros, e não apenas The Clash, tinham muito a dizer sobre muitas coisas muito grandes, muito importantes. Ou, pelo menos, é o que me dizem. A verdade é que, em meus oito anos como jornalista musical, nunca topei com um desses.

Vamos dar uma olhada em alguns dos candidatos prováveis. Alex Turner: letrista de uma geração, comentarista extraordinário do cotidiano, brilhante quando fala sobre barracas de batatas fritas, menos brilhante quanto o assunto são cortes nos gastos da previdência. Eis o que ele me disse na última vez em que o entrevistei, na época dos protestos estudantis e das passeatas sindicais: "Mesmo que [algumas de nossas canções] sejam sobre 'o que está acontecendo' em uma parte da cidade, não são sobre O QUE ESTÁ ACONTECENDO, certo? Não é como se eu estivesse dando uma opinião sobre o que vem acontecendo. Simplesmente não sei de que isso adiantaria." Ou o músico folk moderno, formado em Eton (um dos dois colégios particulares mais de elite da Inglaterra, NT) e ex-anarquista do Black Bloc Frank Turner: "Me sinto desconfortável se sou descrito como 'político'. Não quero ser divisivo."

Enquanto isso, Dizzee Rascal descobriu há muito tempo que é muito mais compensador, comercialmente, escrever sobre seu estilo de vida maluco no showbiz que sobre o conjunto habitacional na zona leste de Londres onde ele cresceu e que retratou tão extraordinariamente em seus primeiros álbuns.

Nenhum desses artistas é burro. Na realidade, eles estão entre os mais inteligentes que temos. E não acredito realmente que eles não tenham opiniões também sobre as coisas grandes e importantes. Mas acho que há um estigma ligado ao preocupar-se suficientemente com essas coisas para declarar-se, desafiar opiniões e, de vez em quando, se equivocar. Basta ouvir as risadas de escárnio que a antes digna de crédito MIA suscita agora depois de uma controvérsia politicamente equivocada demais no Twitter ("vou ir até o lugar do saque para distribuir chá e chocolates Mars", ela tuitou na semana passada). Assim, agora ninguém mais fala nada. E então todos acordamos e nos perguntamos onde foi parar a arte do protesto genuíno.

É claro que não precisávamos dos tumultos da semana passada para nos informar que existe um abismo enorme entre aquilo do qual escrevem os músicos de hoje e a realidade das ruas. Mas a violência destacou o problema mais ainda. Em 1976 o Clash pode ter falado em nome de um Reino Unido altamente politizado, mas a banda não tem nada a dizer aos jovens marginalizados e insensibilizados de 2011. A não ser que alguém se disponha a erguer-se no lugar dela e começar a gritar, e logo, esta geração corre o perigo de perder sua voz por completo --ou, pior ainda, de acabar tendo como seu legado Tyler the Creator e seu niilismo vazio. E nem mesmo Tyler quer isso.

FONTE:
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/960756-revolta-da-juventude-inglesa-nao-tem-porta-voz-na-musica-pop.shtml

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Black Sabbath fará disco e turnê com formação original


Os roqueiros Ozzy Osbourne, Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward já estão ensaiando para os shows que marcarão o retorno da banda, que começou a produzir novas músicas em junho deste ano.

"Nós estamos realmente olhando além com isso e eu acho que as coisas que escrevemos são muito boas", disse Tony Iommi, hoje com 63 anos, que revelou ainda que as novas músicas relembram "o velho material original".

O guitarrista só tem uma preocupação com o retorno do grupo, a saúde do baterista Bill Ward, que está se recuperando de uma cirurgia.

Os metaleiros do Black Sabbath surgiram em 1968 com a formação que se reúne agora. Ozzy Osbourne, um dos vocalistas mais famosos do gênero, saiu da banda apenas 10 anos depois. A partir de então, o grupo passou por diversas reformulações. Ronnie James Dio, Vinny Appice, Tony Martin e Ian Gillan foram só alguns dos artistas que passaram pelo grupo.

Mais de dez anos depois de o último disco da banda ser lançado, a banda voltou a se apresentar, em 2006, sob um novo nome, Heaven and Hell - título dado por a formação ser a mesma que gravou o disco homônimo, de 1980, mas o grupo foi dissipado após a morte de Dio, em 2010.

O Black Sabbath gravou 18 discos, o último em 1995, Forbidden. Ozzy Osbourne, que se firmou em carreira solo nos anos seguintes à sua saída da banda, lançou 11 álbuns de estúdio.

FONTE:
http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,black-sabbath-fara-disco-e-turne-com-formacao-original-de-1968,759232,0.htm

Misfits lança novo disco em outubro


O Misfits já soma 12 anos sem lançar um álbum com canções originais. O último trabalho de estúdio da banda foi o disco de covers Project 1950 , lançado em 2003. Esse vácuo deve se encerrar no mês de outubro, quando chega às lojas o The Devil’s Rain com suas 16 faixas inéditas.

Para a produção do álbum o grupo escalou Ed Stasium, que já trabalhou com Ramones, Biohazard e Joan Jett. As novidades terminam por aí mas o anúncio já é uma excelente notícia pra quem esperou por mais de uma década para ver os Misfits voltarem com material novo.

Confira o tracklist de The Devil’s Rain:

- The Devil’s Rain
- Vivid Red
- Land of the Dead
- The Black Hole
- Twilight of the Dead
- Curse of the Mummy’s Hand
- Cold in Hell
- Unexplained
- Dark Shadows
- Father
- Jack the Ripper
- Monkey’s Paw
- Where Do They Go?
- Sleepwalking
- Ghost of Frankenstein
- Death Ray

FONTE:
www.negodito.com

Orgasmo Carlos: Viagra, sexo e rock and roll


Por CRISTIANO VITECK

O poder do Viagra não tem limites. Praticamente qualquer homem agora anda de cabeça em pé, sem essa de andar de cabisbaixo por causa da impotência. E a bendita pílula azul tem dado novo fôlego também em outras áreas. Só isso explica a disposição do tremendão Erasmo Carlos, que aos 70 anos está prestes a lançar um disco totalmente dedicado aos prazeres da carne. Sacanagem pura da capa (imagem acima) até o último verso do álbum. É o legítimo Viagra, sexo e rock and roll!

“Sexo”, o novo disco do Orgasmo Carlos, digo, Erasmo Carlos, chega às lojas e na internet nos próximos dias. E pelo que deu pra ouvir de algumas canções previamente disponibilizadas, periga do Tremendão da terceira idade, quem diria, ter feito um dos melhores discos de rock dos últimos tempos no Brasil.

Aliás, de um tempinho pra cá, Erasmo Carlos tem sido resgatado do limbo pela geração mais nova da música brasileira, corrigindo uma injustiça tremenda contra um dos maiores cantores do país. Parceiro de longa data de Roberto, Erasmo sempre foi o Carlos menos famoso dos dois. Embora já durante a Jovem Guarda muitos acreditassem que o Tremendão possuía qualidades bem mais interessantes do que o brasa Roberto Carlos. Se for comparar no estágio atual da carreira dos dois, certamente o é.

Para fazer “Sexo” – o disco, e não o ato físico em si -, Erasmo cercou-se de bambas como Arnaldo Antunes, Nelson Motta, Adriana Calcanhoto e Chico Amaral, com quem assina algumas músicas. E o resultado dessa suruba criativa é um disco que “traz a alegria das transas loucas (...) nas mais impossíveis posições (...) para levantar os espíritos e sacudir as libidos”, como descreveu a escritora Fernanda Young no release assinado por ela. Para Fernanda, “Sexo com Erasmo é doce, divertido e apaixonante. Eu não fiz, mas ouvi. E como é bom escutar um homem tratar de sexo assim, sem pudor porém com ternura, sem medo de se expor porém delicadamente”.

Frontal, de pé, por trás ou de lado
A hidra às voltas com o dragão
Tesoura, fechadura ou de quatro
Em que posição?
Coqueirinho ajoelhado
Trapézio ou carrinho de mão
Gangorra de cabeça pra baixo
Em que posição?
Ficamos de mãos dadas no improvável caranguejo
Mas foi com a chave de ouro que o namoro começou
No 69 a gente deu nosso primeiro beijo
O que faremos hoje com nosso desejo?
Onde colocar o amor?
O enroscado da trepadeira
Picada de escorpião
Guindaste, tartaruga ou vaqueira
Em que posição?
Fênix na caverna vermelha
Noventa graus de conexão
Carrossel ou chão de estrelas
Em que posição?
Já experimentamos quase o Kama Sutra inteiro
Até contorcionismo a gente às vezes praticou
A borboleta em concha fez você gozar primeiro
Mas no tradicional papai-mamãe
Foi que a gente mais arrebentou
O parafuso, a ponte e o arco
Da rã, do carangueijo ou do cão
Lótus, vai e vem, tiro ao alvo
Em que posição?


Esse é o Tremendão cantando na música “Kamasutra”, apenas uma preliminar do que vem com o “Sexo” completo. Muito safadinho esse Orgasmo Carlos...

AC/DC lança coleção de vinhos e jogo imobiliário


Depois de anunciar seu primeiro jogo imobiliário, a banda australiana AC/DC revela que vai lançar uma exclusiva coleção de vinhos com o nome de suas canções mais famosas. Back in black Shiraz, Highway to hell Cabernet Sauvignon, Hells Bells Sauvignon Blanc e You shook me all night long Moscato, são alguns dos nomes das bebidas que vão sair pela adega australiana Warburn Estatede.

Prevista para ser lançada em 18 de agosto, a coleção ainda não teve o seu valor revelado. “Será um fenômeno mundial, mas primeiro queremos nos estabilizar em nosso mercado local", disse Steve Donohue, gerente das destilarias Woolworths.

FALANDO EM AC/DC

Nos tempos dos videogames, jogos pela internet, celular e tantos outros, a banda australiana de Angus Young e companhia se junta ao Kiss, Beatles, Metallica e Grateful Dead, e lança seu primeiro jogo imobiliário.

O lançamento está previsto para ainda neste mês. No jogo, os apostadores poderão comprar e vender trabalhos da carreira do grupo. Conformo o jogador vai avançando na brincadeira, ele ganha discos de ouro e de platina.

As peças do jogo imobiliário lembram sucessos da carreira da banda. Por exemplo: sino (Hells Bells), raio (Thunder Struck), Canhão (For Those About to Rock), bananas de dinamite (TNT), pilhas de dinheiro (Money Talks) e boné (School Days).

sábado, 13 de agosto de 2011

PROGRAMA EDIÇÃO Nº 392


1) STROKES – TAKEN FOR A FOOL
2) L7 – PRETEND WE’RE DEAD
3) SUPERGUIDIS – MALEVOLOSIDADE
4) CANASTRA – O DIABO APAIXONADO
5) IRA! – NÚCLEO BASE
6) AMY MCDONALD – MR. ROCK AND ROLL
7) YUCK – GET AWAY

8) QUEEN – I WANT TO BREAK FREE
9) GUNS & ROSES – I USED TO LOVE HER
10) BIDÊ OU BALDE – MELISSA
11) CAMISA DE VÊNUS – BETH MORREU (AO VIVO)
12) IDENTIDADE – LUCY JONES
13) FOO FIGHTERS – WHITE LIMO
14) AUDIOSLAVE – LIKE A STONE

15) NIRVANA – TERRITORIAL PISSINGS
16) THE VACCINES – POST BREAK UP SEX (AO VIVO)
17) LEGIÃO URBANA – O MUNDO ANDA TÃO COMPLICADO
18) PÚBLICA – 1996
19) PLEBE RUDE – ATÉ QUANDO ESPERAR
20) THE SMITHS – STOP ME IF YOU THINK YOU HEARD THIS ONE BEFORE
21) KISS – CALLING DOCTOR LOVE
22) RED HOT CHILI PEPPERS – THE ADVENTURES OF RAINDANCE MAGGIE

23) DOORS – TOUCH ME
24) ELVIS PRESLEY – SUSPICIOUS MIND
25) ROBERTO CARLOS – EU SOU TERRÍVEL
26) TEQUILA BABY – MENINA LINDA
27) TNT – EU NÃO SEI
28) SCORPIONS – ROCK YOU LIKE A HURRICANE
29) RAMONES – CABBIES ON CRACK

Baixe vídeo do show do Nirvana no Rio de Janeiro


Vídeo (filmagem da Rede Globo) da apresentação do Nirvana em 23 de janeiro de 1993, no Holywood Rock, no Rio de Janeiro.

01. L´Amour Est Un Oiseau Rebelle [jam]
02. School
03. Drain You
04. Breed
05. Sliver
06. In Bloom
07. Come As You Are
08. Love Buzz
09. Possibilities [jam]
10. Lithium
11. Polly
12. About A Girl
13. Smells Like Teen Spirit
14. On A Plain
15. Negative Creep
16. Been A Son
17. Blew
18. Heart-Shaped Box
19. Scentless Apprentice
20. Sweet Emotion [jam]
21. Dive
22. Lounge Act
23. Aneurysm
24. Territorial Pissings

LINK:
http://www.megaupload.com/?d=9NCGGO02

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Baixe a Banda Tropicalista do Duprat


Baita disco que vale a pena ouvir. Ele foi lançado pelo maestro Rogério Duprat, uma espécie de George Martin brasileiro e principal arranjador dos discos clássicos da Tropicália. Depois de tanto trabalhar pra gente como Caetano Veloso, Gal Costa e Mutantes, entre outros, durante a Tropicália, em 1968 ele lançou o seu próprio disco "A Banda Tropicalista do Duprat". Impossível ouvir e não gostar... Ah, tem participação dos Mutantes...

LINK:
https://rs150l3.rapidshare.com/#!download|150l33|172350955|UQT1968_Rogerio_Duprat_-_A_Banda_Tropicalista_do_Duprat.rar|44702|R~9844DB1A8EE15D6156C2B6173456AD1B

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Primeiro single do ex-Oasis Noel Gallagher


Apareceram as duas primeiras músicas que estarão no primeiro disco solo do ex-Oasis Noel Gallagher. O disco, "High Flying Birds", será lançado no início de novembro.

As duas músicas são:

1.The Death Of You And Me
http://www.6ybh-upload.com/vg3670zu4xii/nlgllgr-tdm.mp3

2.The Good Rebel
http://www.6ybh-upload.com/9e7lfkoh7nx4/ng-tgrrrbblll.mp3

Punk is not dead: Londres está queimando


Por CRISTIANO VITECK

Desde o final de semana, os ingleses e o mundo assistem atônitos os atos de violência, vandalismo, furto e destruição que tomaram conta das ruas de Londres após um homem de 29 anos ter sido morto em uma operação policial. A barbárie se espalhou para outras cidades, enquanto autoridades políticas e policiais agem como moscas-tontas para tentar conter a rebelião, sem muito sucesso até o momento.

Também surpreende a desorientação com que a imprensa trata do assunto. Como de costume, a horda de troglodistas que está levando pânico às ruas são simplesmente tratados como vândalos se divertindo em período de férias escolares. Não que não sejam, mas a classificação é pobre e burra demais, por não se abrir à percepção dos reais motivos de tamanha revolta.

Nos noticiários de hoje pela manhã, pela primeira vez as notícias sobre as manifestações vieram com um pouco mais de consistência informativa. Embora mascarados, começaram a ser identificados esses baderneiros atém então sem rosto. Enfim, os ingleses estão se dando conta de que a morte que teria dado início a toda essa confusão foi apenas o estopim que detonou um cenário sócio-econômico pra lá de explosivo.

Atualmente, cerca de 1 milhão de jovens ingleses estão desempregados. Grande parte deles não tem acesso ao sistema educacional. Nesse ambiente, drogas e sexo fácil se proliferam, motivados pela alienação e total descrença em um futuro melhor. Ao mesmo tempo, essa massa de homens-nada é bombardeada pela propaganda que incentiva e associa ao status social o consumo de roupas caras, celulares e aparelhos eletrônicos sofisticados, por exemplo, sem que ela tenha qualquer possibilidade de adquiri-los. Uma geração perdida que poucos turistas enxergaram quando foram abanar bandeirinhas da Inglaterra pelas ruas de Londres durante o casamento do príncipe William e a plebeia Kate.

Impossível não fazer a ligação com a situação vivida esta semana na Inglaterra como o que acontecia naquele país em meados dos anos 70, e que ajudou a formatar um dos movimentos político-culturais mais significativos do século XX: o punk.

Há cerca de 35 anos, os ingleses viviam situação semelhante à de hoje. Escreveu Paul Friedlander, no seu livro “Rock and Roll: uma história social” (Editora Record, 2002, p. 354) que naquele cenário:

“Surgiu um crescente segmento de jovens de classes menos favorecidas que se mostravam insatisfeitos com a falta de oportunidades econômica e educacional na Inglaterra. Empregos e salários decentes não estavam disponíveis e o acesso às escolas só era permitido às classes mais privilegiadas, forçando vários jovens operários a desistir da educação. Esta juventude desiludida cada vez mais numerosa vislumbrava um futuro de subsistência à custa do sistema de previdência social britânico. Os jovens perceberam que para eles não havia futuro, e por isso se revoltaram”.

Dessa massa de inconformados da década de 70, muitos foram para as ruas protestar, fazer greves, promover quebra-quebras. Outros, além disso, também manifestaram sua indignação através da arte (principalmente o rock) e do estilo de vida punk que tinham como uma das premissas básicas a revolta contra a esquerda e a direita e um niilismo latente que se manifestava na falta de respeito ao patrimônio e desobediência às autoridades em favor da total liberdade individual.

Duas entre as centenas de bandas punks inglesas surgidas na década de 70 são emblemáticas: os Sex Pistols e o Clash. A primeira, uma verdadeira máquina de caos, que tinha como premissa a ofensa a tudo e a todos e que musicalizava e verbalizava a sua revolta em canções como “Anarchy in the UK” (Não sei o que quero mas/Eu sei como conseguir/ Eu quero destruir todos os transeuntes porque /Eu quero ser a anarquia) ou “No Feelings” (Sem sentimentos por ninguém/Exceto por mim mesmo, pela minha bela pessoa, querida).

Mas é na canção “God Save The Queen” que os Sex Pistols, mais do que provocar a ira da família real inglesa e grande parte da população da Inglaterra, conseguiu fazer um retrato realista e cruel da sociedade britânica da metade dos anos 70:

“Deus salve a rainha/ O regime fascista dela/ Fez de você um retardado/ Uma bomba H em potencial/ Deus salve a rainha/ Ela não é um ser humano/ Não há futuro/ Nos sonhos da Inglaterra/ (...) Quando não há futuro/ Como pode haver pecado?/ Nós somos as flores na lixeira/ Nós somos o veneno na sua máquina humana/ Nós somos o futuro/ Seu futuro”

Mais profícua e consistente no discurso rebelde era a banda Clash, que em várias canções pregou justamente a utilização da força para, se não mudar, pelo menos manifestar a indignação à situação vivida na época. O próprio nome do grupo (Clash também significa confronto) já dava a tônica da postura do grupo, que não deixava qualquer dúvida dos seus ideais em canções como a visionária “London’s Burning” (Londres está queimando com o tédio agora), “Hate and War” (Ódio e guerra/Eu tenho vontade de sobreviver/ Eu engano se eu não conseguir ganhar/ Se alguém me deixa de lado/ Eu chuto à minha volta) ou “Guns of Brixton” (Quando a lei entrar à força/ Como você vai agir?/ Deitado no chão/ Ou esperando uma briga mortal/ Vocês podem nos esmagar/ Vocês podem nos machucar/ Mas vão ter que responder para/ Os atiradores de Brixton).

E se o lema do Clash era o confronto, a banda fez da música “London Calling” a convocação para a pancadaria:

“Londres chamando todas as cidades distantes/ Agora a guerra está declarada e a batalha começa/ Londres chamando o submundo/ Saiam todos do armário, garotos e garotas/ (...) A era do gelo está vindo, o sol está sumindo/ Máquinas param de funcionar e o trigo está rareando/ Um erro nuclear mas não temo/ Porque Londres está sendo inundada e eu/ Eu vivo perto do rio”

O movimento punk inglês original teve uma existência efêmera que pode ser considerada entre 1975-1979, com uns anos a mais ou menos, dependendo do ponto de vista. Mas no geral foi isso. O punk, acreditava-se, havia virado coisa de butique. E as próprias ideias e estímulos ao confronto, tão presentes nas canções do Sex Pistols e do Clash, eram vistos como uma poesia datada. Hoje, vendo o que acontece em Londres, fica a sensação de que elas eram proféticas.

A horda que hoje põe cidades inglesas em pânico talvez nem se dêem conta que um dia existiu o punk e bandas como Sex Pistols e Clash. Talvez seus inspiradores da rebeldia sejam os gagsta rappers, autores anarquistas do momento ou coisa assim. Mas, as motivações e modos de agir entre aquela e a atual geração de descontentes da sociedade inglesa são as mesma. Mais do que o discurso, é a manifestação violenta que é usada para chamar a atenção sobre uma situação que já estava em ebulição e que definitivamente entornou o caldo no último final de semana.

Craig O’Hara escreveu no livro “A Filosofia do Punk: mais do que barulho” (Radical Livros, 2005, p. 92-93) que “não é a devoção a um conjunto fixo de normas de protesto que pode mudar a sociedade, mas o uso apropriado de táticas para alcançar objetivos. Às vezes a violência é necessária, às vezes ela é contraprodutiva”.

Antes que me acusem de apologista da violência, que fique claro que nem de longe pretendo fazer a apologia à violência ou dizer que acho justo ou não a pancadaria que está comendo solta em Londres. Tento apenas mostrar que por traz da atitude das autoridades e da mídia de reduzir a interpretação aos protestos a simples atos de vândalos que depredam e roubam roupas de grife e celulares pode ser uma tentativa de esconder causas bem mais profundas, que talvez nem os próprios manifestantes consigam explicar.

Talvez ajam apenas por impulso, alimentados por um ódio há muito guardado e que tem origem na sensação de alienação social e econômica em que vivem. E nessas horas, é perfeitamente compreensível a máxima punk de que “se você não tem nada, então não tem nada a perder”. Para quem vive assim, é até meio que natural sair às ruas com pedras nas mãos porque, como profetizou o grupo Clash, “a guerra está declarada” e “Londres está chamando”.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Bob Dylan quem?


Um dos principais críticos musicais dos EUA, Greil Marcus narra a carreira de seu ídolo desde os anos 1960

Por FERNANDA PAOLA
Revista Cult


“Meu nome é nada e minha idade significa ainda menos”, ele cantou naquele dia de verão de 1963, no começo da música “With God on Our Side” (Com Deus ao nosso lado). Bob Dylan, hoje com 70 anos, ainda era um jovem pouco conhecido.
“Não entendi o nome dele quando Joan Baez o anunciou”, conta Greil Marcus no prólogo de seu mais novo livro, Bob Dylan by Greil Marcus – Writings 1968-2010 (Escritos 1968-2010). “Ele não era igual a mais ninguém”, completa o crítico norte-americano em entrevista à CULT.
O livro, ainda sem previsão de lançamento no Brasil, traz uma coleção de ensaios, crônicas e impressões sobre Dylan escritos ao longo de 40 anos e publicados em revistas como Interview, Creem, Rolling Stone e The Believer (na qual ainda hoje mantém coluna).
Marcus, 66, já havia escrito Like a Rolling Stone (Companhia das Letras) e Dead Elvis: A Chronicle of a Cultural Obsession (Elvis Morto, 1991), entre outros. Segundo a New Yorker, “Greil Marcus desenvolveu uma capacidade de discernir um movimento da arte, ou de todo um país, escondido dentro de uma canção”.
Embora fã assumido de Dylan, do tipo que “procurava bitucas do ídolo no chão”, Marcus sempre foi muito crítico em relação à obra do compositor, como no artigo sobre o álbum Self Portrait, cujo título é “What Is This Shit? (Que merda é essa?)”: “Continuo achando o disco horrível”, afirma na entrevista a seguir.

CULT – Em seu novo livro, o senhor conta que a primeira vez que viu Dylan – em New Jersey, em 1963 – ficou maravilhado. Por que o achou tão especial?

Greil Marcus – O que me chamou tanto a atenção foi seu comportamento, especialmente capturado em uma das músicas que cantou, “With God on Our Side”: reservado, inteligente, um forte senso de independência e o comum combinado ao diferente. Essa pessoa havia experimentado o mesmo que todas as outras, mas não era igual a mais ninguém. E claro que eu não consegui entender o nome quando Joan Baez o introduziu ao palco.

Quantas vezes se encontrou com ele?

Eu o conheci naquela vez, se isso conta – eu não sabia seu nome, ele não sabia o meu. O único outro encontro que tive com ele foi no final de 1997. Ele estava recebendo o Gish Prize for Achivement in the Arts – um prêmio entregue pela atriz Lillian Gish para pessoas que tinham “contribuído para a beleza do mundo”. Já haviam recebido o prêmio o compositor Philip Glass, o encenador Bob Wilson e o arquiteto Frank O. Gehry.
Eu fui convidado a fazer um discurso na cerimônia. Dylan e eu fomos apresentados e conversamos por um tempo sobre meu livro, Invisible Republic, que depois mudou de nome para The Old Weird America [livro publicado em 1997 que gira em torno das gravações feitas por Bob Dylan e The Band em 1967 e que, em 1975, foram lançadas no álbum The Basement Tapes].
Ele me perguntou em que estava trabalhando, e eu disse que havia acabado de finalizar o livro e ainda não tinha nenhum outro projeto. Ele disse: “Por que você não escreve um segundo volume do livro? Você apenas arranhou a superfície”.
Considerei um grande elogio de alguém que realmente havia lido o livro com atenção. Era totalmente verdadeira sua afirmação e entendi o que quis dizer. E, certamente, seu conhecimento sobre a música antiga norte-americana é infinitamente maior que o meu.

Quando foi a primeira vez que escreveu sobre Dylan?


Eu escrevi um artigo na faculdade sobre “Desolation Row”, em 1965, e outro sobre Dylan e Walt Whitman em 1966. Minha primeira publicação sobre Dylan foi no San Francisco Express-Times, jornal underground em que tinha uma coluna de música pop entre 1968 e 1969, e o título era “The Legend of Blind Steamer Trunk”.
Na semana seguinte, escrevi outro artigo chamado “Let the Record Play Itself”, um ataque às interpretações elaboradas e biográficas das músicas de Dylan, sobretudo por Paul Willians e A. J. Weberman, e brevemente depois outro artigo sobre Nashville Skyline (1969). Quando reli para incluí-las no novo livro, eram tão terríveis que não pude salvar nenhum parágrafo.

Em 1970, sua crítica sobre Self Portrait, de Bob Dylan, na Rolling Stone, começava com “What Is This Shit?” (Que merda é essa?). Não ficou preocupado com a reação do artista?

Não, isso nunca me ocorreu.

O que acha do álbum hoje?

A Mojo me pediu para reescrever sobre o álbum no ano passado. Eu ouvi novamente muitas vezes. E ainda acho que a maioria das músicas é horrível, e quase intencionalmente eram para ser. As performances que achei boas em 1970, como “Copper Kettle”, soaram ainda melhores, mais profundas e fortes, e o que achei particularmente quase insultante, como “The Boxer” ou “Let It Be Me”, ficaram ainda piores.
Em Crônicas – Vol. 1 (Planeta), Dylan praticamente reconheceu o que eu suspeitava: que ele havia lançado aquele álbum parcialmente para que as pessoas o deixassem em paz, que parassem de falar com ele tão seriamente, para convencer as pessoas de que ele era apenas um amador.

Qual é o melhor álbum de Dylan? E o pior?

O melhor é Highway 61 Revisited (1965). É absolutamente cheio de vida: ambicioso, inteligente, astucioso, um louco amor pelo ritmo e pelo estilo, o momento em que fazia sentido dizer qualquer coisa de qualquer modo, o trabalho de um trapaceiro que te desafia a acreditar em tudo o que ele diz.
Em certo sentido, “Desolation Row”, cheio de palavras, é mais musicalmente excitante do que “Like a Rolling Stone” ou “It Take a Lot to Laugh, It Takes a Train to Cry”, mais elegante do que “Ballad of a Thin Man”. Dá para escutar esse álbum para sempre – não necessariamente para ouvir algo que não ouviu antes, mas para ouvir mais daquilo.
Em contrapartida, as vezes você pode ouvir “Time Out of Mind” ou “The Freewheelin’ Bob Dylan” ou “Good as I Been to You” e saber que nada poderia ser melhor.
O pior é qualquer um da década de 1980, de que não consigo lembrar de nada a respeito. Se você me colocasse em uma sala e me dissesse que não poderia sair até dizer o nome de uma música de Down in the Groove (1988), eu ainda estaria lá.
É aquele com a versão de “Rank Strangers”, do Stanley Brothers’, que é morto e pálido na versão de Dylan. Phil Spector disse uma vez que há músicas que são ideias e músicas que são para gravar; essa é uma ideia.

Como a sua carreira de repórter e crítico de música começou?

Fiz pós-graduação na Universidade da Califórnia, em Berkeley, sobre teoria política. Minha intenção era ser professor, mas morri de tédio. Jann Wenner, que conheci em 1964 quando estávamos no primeiro ano em Berkeley, havia começado na Rolling Stone e eu pensei que poderia fazer melhor do que as pessoas que estavam escrevendo resenhas de discos. Comecei então a enviar meus textos, e em pouco tempo eu era o editor da seção de música e, mais tarde, um dos editores da revista.
Mas, depois de ser demitido da RS, em junho de 1970, comecei a escrever para a Creem, a lecionar em Berkeley, e percebi que não havia nascido para dar aula. Então me demiti da universidade – escrever e editar eram as únicas coisas que sabia e gostava de fazer.

O senhor diz no livro que queria “chegar o mais perto possível da música – eu queria ficar dentro dela, atrás dela, e, escrevendo sobre ela, através dela, era a minha maneira de fazer isso”. Quantas vezes precisa ouvir uma música antes de escrever a respeito?

Às vezes, uma só – e depois de escrever a respeito, muitas mais, durante anos. Às vezes, muitas e muitas, repetidas vezes, acompanhado de todo tipo de pessoa, normalmente com uma única música que me chamou a atenção, uma atmosfera que eu queira vivenciar, eu toco a música ou o álbum o dia todo.
Eu me lembro de uma tarde ouvindo “I’m the Ocean”, do Neil Young, por três ou quatro horas sem parar, e ligando paras as pessoas e tocando para elas pelo telefone. Fiz o mesmo com “Far Post”, do Robert Plant, que é o lado B de um single de que não lembro o nome.

E para saber tanto sobre música – e tão intensamente – como se prepara? Toca algum instrumento?

Crítica não é nada mais nada menos do que a análise de alguém sobre a sua própria reação – sobre um disco, um discurso, um evento, um filme, especialmente aquilo a que o falecido crítico cinematográfico Manny Farber se refere como a atividade em torno dos limites da tela. Para isso você precisa ser capaz de se escutar ouvindo, se enxergar vendo, e vice-versa. Você não deve saber como fazer um filme ou tocar músicas.

Além de ser um dos críticos musicais mais importantes dos Estados Unidos, você já deu aula em Princeton, Berkeley e Minnesota. É otimista em relação à geração internet?

Claro. Pessoas mais jovens sabem muito e sabem o que não sabem. Elas têm acesso a muito mais informação do que tive quando jovem, mas ainda há coisa que você deve ir atrás, e não apenas com o teclado. Sou sempre humilde quando converso com estudantes e assistentes de professores nos seus 20 e 30 e poucos anos. De algum modo, eles estão muito à frente de mim.

O que acha da crítica de música e do jornalismo musical de hoje?

Acho que o melhor trabalho está sendo feito na ficção: Veronica, de Mary Gaitskill; Eat the Document e Stone Arabia, de Dana Spiotta; You Don’t Love Me Yet, de Jonathan Lethem; Juliet, Naked, de Nick Hornby; e The Singer e Bad Penny Blues, de Cathi Unsworth, chegam ao coração da obsessão, da diversão casual… a maneira como alguma coisa começa casualmente e se transforma em uma obsessão.
E eles amam música – é o ar que respiram. Estariam mortos sem isso. Esse sentido deve estar em qualquer bom crítico de música, que muito frequentemente só está olhando para os resultados.
Quando foi a última vez que você leu uma crítica de um álbum que não era basicamente sobre se esse trabalho iria ou não ajudar a carreira do artista – como se isso de fato importasse?

FONTE:
http://revistacult.uol.com.br/home/2011/08/bob-dylan-quem/

Principal produtor musical dos anos 2000, Kassin lança CD solo


Por MARCUS PRETO
Da Folha de S. Paulo


Era 1984 --um ano antes do primeiro Rock in Rio. Kassin tinha dez anos e morava com os pais no apartamento 306, terceiro andar de um prédio da rua República do Peru, Copacabana.

Exatamente embaixo dele, no 206, vivia o casal de compositores Edson e Tita Lobo. Ele, também um baixista --dos melhores surgidos com a bossa nova, na virada dos 50 para os 60. Ela, violonista e cantora.

Recebiam em casa, quase todas as noites, outros artistas ligados àquele movimento --que, então, estava longe de fazer parte da programação regular das rádios. E os saraus, animados, rolavam noite adentro.

Aluno de Edson, Kassin começou a frequentar as festas. Levava para as noitadas seu gravadorzinho de rolo e registrava toda aquela música. Era, ainda que ele não soubesse disso, a primeira incursão no que viria a ser, menos de dez anos depois, a sua profissão.

Hoje, aos 37 anos, ele é o principal produtor musical do país. Se o conceito "melhor" soaria por demais subjetivo, Kassin pode ser chamado, sem erro, de "o mais requisitado". É também aquele com maior trânsito entre o universo independente e o mainstream.

Pilotou trabalhos de Caetano Veloso e de Mallu Magalhães, de Vanessa da Mata e de Totonho e os Cabra, de Los Hermanos e de Ana Carolina. Neste ano, entrega o novo da Nação Zumbi.

É com essa longa e eclética experiência prévia que ele coloca agora nas lojas seu primeiro álbum solo, "Sonhando Devagar".

Esse não é, no entanto, o primeiro trabalho em que se envolve como artista --e não apenas como produtor.

Antes, atuou nos dois discos de Acabou la Tequila, banda que fundou em meados dos anos 1990 e que foi considerada, por Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante, uma das influências do Los Hermanos.

Depois, em 2001, tornou-se o terceiro elemento do trio +2 (que acabou neste ano), ao lado de Domenico Lancelotti e Moreno Veloso. Na sequência, virou um dos quase 20 membros da Orquestra Imperial, em que atua até hoje.

No meio disso, criou o Artificial, projeto experimental em que usava apenas sons de jogos eletrônicos. Sob a alcunha Artificial, também lançou um CD.

"Por eu ter vontades estéticas diferentes, acho um pouco injusto convidar alguém para 'o show do Kassin' e, quando ele chega, só toco 'gameboy' no palco", diz. "Optei por chamar de Kassin só meus trabalhos que envolvem canções."

Ele afirma que não tem nenhuma vontade de seguir uma carreira de cantor. Tem muito mais prazer em conseguir realizar um álbum --dele ou de outra pessoa-- do que em encarar o cotidiano dos palcos.

GERAÇÃO 2000

Por sua aparição cada vez mais frequente em fichas técnicas de álbuns desde a estreia como produtor, em 1996, Kassin acabou por imprimir sua marca na geração 2000.

O que há de mais importante, esteticamente, nesses novos artistas --e a sonoridade que seus trabalhos trouxeram? Em que eles de fato colaboram para a evolução da nossa tradição musical, historicamente tão rica?

Segundo Kassin, a identidade de cada época é relacionada às mudanças tecnológicas. Bateria eletrônica: anos 80. Samples: anos 90. E assim por diante.

"O surgimento de novas coisas vai dando a cara e o jeito de fazer música durante um tempo. Hoje em dia, pouca coisa tecnológica é inventada. O que temos de mais novo é a possibilidade de muitas edições, de misturar isso."

Quanto a ter de lidar com o peso do passado da música brasileira, Kassin diz que se sente "no mesmo caldeirão" de Chico Buarque, Caetano Veloso, Milton Nascimento e de todos os nossos medalhões. Nem mais, nem menos.

"Não me sinto inferiorizado por ninguém", diz. "Ou melhor: só me sinto inferiorizado pelo Jorge Ben, que é o grande e supremo orixá da música brasileira."

É que tudo o que produziu até hoje, ele diz, vem das memórias do apartamento de Edson e Tita. Mesmo os trabalhos mais roqueiros.

"Quando eu penso em fazer rock, quero que soe que nem aquilo", diz. "João Gilberto é o Kraftwerk do Brasil --uma estética imutável por 50 anos que se mantém fresca por todas essas décadas. Quem não quer soar assim?"

LINK PARA DOWNLOAD:
http://www.mediafire.com/?dssszvj7lf7zyn6

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

ARQUIVO: entrevista com Marky Ramone


No último sábado (06), completaram-se 15 anos do fim da carreira dos Ramones, que realoizou sua última apresentação, em Los Angeles, em 06 de agosto de 1996. Coincidentemente, 2006, no exato dia em que fazia 10 anos que os Ramones havia colocado um ponto final na sua história, o baterista Marky Ramone esteve em Curitiba para o show de lançamento do seu disco e dvd ao vivo gravado com a Tequila Baby. Antes da apresentação, entrevistei Marky Ramone no hotel onde ele estava hospedado.

A conversa foi ao ar alguns dias depois, no Garagem 95.Para lembrar daquele show e marcar os 15 anos anos do fim do grupo, posto a seguir a entrevista com Marky Ramone, com as devidas observações feitas às respostas, em relação aquilo que aconteceu ou deixou de acontecer a respeito da entrevista de cinco anos atrás até o dia de hoje.
Confira aí:


Hoje, 6 de agosto (de 2006) faz dez anos que os Ramones encerraram as atividades. Você concorda que a banda parou na hora certa?

Nós paramos quando a banda não podia mais continuar. Naquele período Joey já estava com câncer e nós paramos. O que podíamos fazer? Ele tinha que ir ao médico e fazer exames a toda hora. Nós nos separamos depois de 22 anos. Fomos uma das bandas mais longevas do punk. Então decidimos que era a hora certa. Mas, se todos estivessem saudáveis e vivos hoje em dia, certamente estaríamos juntos novamente.

No filme End of the Century é mostrada uma imagem muito mórbida da carreira dos Ramones - discussões, abusos de drogas e frustração pelo fato dos Ramones não serem uma banda top. Por outro lado, o filme Raw mostra que os Ramones tiveram uma vida mais feliz...

Se tivesse sido tão ruim, nós não teríamos ficado juntos. Raw mostra o lado bom, o motivo pelo qual ficamos juntos, que é a diversão. End of the Century mostra apenas um lado. Fizemos um monte de entrevistas, mas apenas os momentos negativos foram explorados. Mas na verdade, nós chegamos lá. Nos tornamos famosos em todo o mundo. Demorou para acontecer porque éramos muito diferentes, mas memoravelmente conseguimos. Éramos felizes com as nossas vidas e carreiras.

Então você não gostou de End of The Century?

Ele é sombrio demais. Na vida existem dois lados da história: o bom e o ruim. E as nossas vidas não poderiam ter sido melhores.

Depois do fim da banda, foram dadas várias entrevistas polêmicas. Você era um dos mais indignados. Lembro de uma entrevista sua para uma revista brasileira, em que você dizia que nunca mais tocaria novamente com Joey Ramone. Depois você acabou participando do disco solo dele. O que o fez mudar de ideia?

Joey e eu tivemos uma pequena discussão porque ele queria que eu tocasse com a sua banda The Resistence e eu tinha a minha própria banda, The Intruders. Ele não podia fazer turnês por causa do câncer, tinha que ficar no hospital e talvez não sobrevivesse. Eu comecei a pensar em tocar e gravar de novo. Nós conversamos sobre isso e ele me pediu para tocar no seu álbum solo em 1999, 2000. Nós éramos muito próximos. Eu fui o único Ramone a tocar naquele disco e o único Ramone a visitá-lo no hospital. Ninguém mais o visitou. Eu o visitei. Tommy, não. Dee Dee, não. Johnny, não. Joey e Johnny nem se falavam mais, essa era a verdade. Eu falava com todos.

Existem boatos de que você está trabalhando em um segundo disco de Joey Ramone. É verdade? (o disco ainda não foi lançado)

Eu não vou participar. Acho que o primeiro disco basta. As melhores canções estão lá. Eu ouvi as outras canções, são legais, mas quero ter participação apenas no primeiro. Tenho certeza que existem muitos outros bateristas que gostariam de trabalhar neste novo disco.

Os primeiros discos dos Ramones foram relançados trazendo demos e b-sides. Existem outros discos que serão relançados no mesmo formato?

Sim. Eu acho que Mondo Bizarro, Adios Amigos e Halfway to Sanity (nenhum foi lançado ainda).

O disco Hey Ho Let's Go: The Greatest Hits acaba de ser lançado no Brasil. Você não concorda que os Ramones já têm muitos discos com "as melhores"?

Existem muitas canções que podem ser "greatest hits". Mas Tommy e eu só pudemos selecionar 20 músicas para este CD. Lá estão provavelmente as melhores canções e talvez duas ou três "esquecidas". Mas este CD pode ganhar uma parte 2.

Joey, Johnny e Dee Dee já não estão mais entre nós. Como você se sente sendo o responsável por manter viva a memória dos Ramones?

É bom, é muito divertido. As pessoas com quem eu toco conhecem as músicas e isso significa um grande controle de qualidade. É apropriado tocar essas canções hoje em dia porque muitos dos garotos que vem aos shows agora eram muito novos quando os Ramones pararam de tocar. E eles querem ouvir alguém tocar as músicas dos Ramones.

Muitos fãs não gostam que você toque canções dos Ramones com outras bandas. O que você pensa a respeito?

Isso é problema deles. Quem são as pessoas certas para tocar as músicas dos Ramones? Bandas cover? Eu não me importo com o que eles pensam.

A morte de Dee Dee Ramone chocou a todos. Você era uma pessoa muito próxima a ele...

Ele era meu melhor amigo.

Você sabia que ele estava usando drogas novamente?

(Suspira) O problema é que ele gostava de maconha, e isso não é droga. Ele não bebia e não usava drogas pesadas, mas um dia resolveu usá-las e morreu. Ele cometeu suicídio? Não! Ele estava muito feliz. Foi uma overdose acidental.

Você tem feito sucesso tocando músicas dos Ramones com outras bandas. Não pensa em voltar a tocar canções que gravou com The Intruders, Speedkings ou Osaka Popstar?

Não. The Intruders e Speedkings eram mais por diversão. Eu não costumo ficar muito tempo em um mesmo lugar. Foi divertido por um tempo, mas eu quis fazer outras coisas. Foi por isso que eu toquei com Jerry Only e Dez Cadena no Misfits por um tempo. Eu não sei o que estarei fazendo daqui a um ano, mas não quero ficar muito tempo com um mesmo projeto.

A coletânea Start of The Century, que traz os seus dois primeiros discos com o The Intruders (Marky Ramone & The Intruders e Don't Blame Me), vendeu mais em alguns meses do que aqueles álbuns em sete ou oito anos. Qual a razão por esse interesse tardio por aqueles discos?

Start of The Century tem uma distribuição melhor. As pessoas têm acesso a ele nas lojas. Os selos com quem eu havia assinado anteriormente não sabiam como trabalhar com música punk. Mas esta nova gravadora sabe e faz isso muito bem. Quando aqueles discos foram lançados, foram fabricados apenas 30, 40 mil discos de cada e, quando eles foram vendidos, as gravadoras simplesmente pararam de fabricá-los. Eu esperei, peguei os discos de volta, sou o dono deles, remasterizei-os, fiz uma nova arte, juntei-os em um único CD e incluí um CD ao vivo. Ficou bom. É um novo começo.

No primeiro disco dos Intruders existem canções ótimas como "I Want My Beer" e "Telephone Love". O que aconteceu com Skinny Bones (primeiro vocalista do The Intruders)?

Skinny Bones teve um problema com drogas. Heroína. Era um ótimo frontman, mas o que podemos fazer? Eu não aceito que pessoas usem drogas. Maconha é diferente. Mas drogas pesadas são ruins. Álcool em excesso é ruim. Então eu tive que tirá-lo e no seu lugar coloquei Ben Trokan, que também era muito bom.

Skinny Bones ainda está vivo?

Está vivo. Espero que esteja melhor. A droga é um vício. Você não pode julgar a pessoa porque ela está usando drogas. Você tem que gostar dela pelo que ela é. Mas eu não o vejo mais.

O CBGB's está mudando para Las Vegas. Você acha que isso é o fim de uma era?

Eu acho que o fim daquela era foi em 82, 83. O legado do CBGB está espalhado pelo mundo, mas ele já não era mais o mesmo de quando a cena punk original começou. Ele se tornou algo mais representativo. Eu sinto que hoje existe novamente uma nova grande cena em Nova York e essas bandas deveriam começar o seu próprio clube, encontrar um outro clube e torná-lo popular como o CBGB's. É o que elas deveriam fazer. Agora existe essa mentalidade de levá-lo para Las Vegas. Legal, sabe. É um final bonito.

Mesmo com o fim dos Ramones, você não parou de gravar e está sempre viajando pelo mundo. Você pensa em aposentaria? O que pensa em fazer quando parar de tocar?

Eu ainda me divirto tocando, fazendo turnês e encontrando amigos. Um dia eu vou parar. Chuck Berry tem 75 e ainda toca. Os Rolling Stones estão com 65 anos e ainda tocam. Jerry Lee Lewis ainda toca. Você olha para esses caras e diz "hey, se eles podem eu também posso!" e eu sou muito mais novo do que eles.

Hoje você parece mais saudável do que na época do fim dos Ramones. O que você faz para manter a forma?

Toco bateria três horas por dia, ando de bicicleta. Sei lá, só faço o que faço e pronto.

Por que você escolheu a Tequila Baby para gravar este CD/DVD ao vivo (foi gravado no bar Opinião, em Porto Alegre)?

Porque eles são muito bons à sua própria maneira e tocam muito bem comigo. Eles também são grandes fãs dos Ramones. O local e o público foram muito legais na noite em que o show foi gravado. Havia 12 câmeras filmando. Doze câmeras! E você percebe isso no CD e DVD, que vêm em uma embalagem muito legal.

Esse trabalho vai ser lançado ao redor do mundo?

Sim. Quando eu voltar quero negociá-lo com alguém nos Estados Unidos e colocá-lo também na Inglaterra (o disco foi lançado somente no Brasil).

Será um CD oficial de Marky Ramone, então?

Sim. A Tequila Baby é uma boa banda e é um ótimo CD e DVD também. E vou registrá-lo também no meu livro que vai sair em 2007 e que se chamará "Faith in the Backbeat" (o livro ainda não foi lançado).

O seu livro será sobre a sua vida ou sobre a carreira dos Ramones?

Será um livro sobre tudo. Richard Hell & The Voidoids, sobre a cena punk, a gravação com Phil Spector, sobre o filme Rock n' Roll High School. A verdadeira história.

sábado, 6 de agosto de 2011

PROGRAMA EDIÇÃO Nº 391


1) WHITE STRIPES – BLUE ORCHID
2) KAISER CHIEFS – I PREDICT A RIOT
3) PATO FU – RING MY BELL
4) FAICHECLERES – BAJULAÇÕES MODÉSTIA À PARTE
5) CARTOLAS – PARTIDO EM FRANJA
6) COPACABANA CLUB – SEX SEX SEX
7) FORGOTTEN BOYS – HOLD ON

8) SCREAMING TREES – CRAWLSPACE
9) PEARL JAM – JEREMY
10) FLAMING LIPS – SHE DON’T USE JELLY
11) BIDÊ OU BALDE – E POR QUE NÃO?
12) TITÃS – TUDO QUE VOCÊ QUISER
13) OFFSPRING – COME OUT AND PLAY
14) DEAD KENNEDYS – CALIFORNIA UBER ALLES

15) RED HOT CHILI PEPPERS – THE ADVENTURE OF RAIN DANCE MAGGIE
16) BLIND MELON – NO RAIN
17) CACHORRO GRANDE – HEY AMIGO
18) DISSONANTES – CASA DA MOLLY
19) CAETANO VELOSO – INCOMPATIBILIDADE DE GÊNIOS
20) GREEN DAY – WAITING
21) KINGS OF LEON – BACK DOWN SOUTH

22) HOLE – DOLL PARTS
23) LIBERTINES – WHAT A WASTER
24) KRAFTWERK – THE MODEL
25) MORDIDA – BORBOLETAS DA ESTAÇÃO
26) CHARME CHULO – TRÊS MARIAS
27) STROKES – TAKEN FOR A FOOL
28) ALICE COOPER – SCHOOLS OUT