quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Chega ao Brasil biografia de David Bowie


Chegou "Bowie - A Biografia", lançamento da editora Benvirá, sobre a trajetória do camaleão e ícone pop mundial David Bowie. São quase 500 páginas sobre a vida e a carreira do astro britânico de olho azul e castanho, com direito a 16 páginas apenas com fotografias histórias do músico de 63 anos.

O livro foi escrito por Marc Spitz, jornalista especializado em rock e cultura pop, que colabora com o jornal "The New York Times" e com as revistas "Spin", "Nylon", "Maxim" e "Uncut". Também publicou vários livros sobre o movimento punk e a cena inglesa dos anos 80, bem como a biografia sobre a banda Green Day.

Leia um trecho de "Bowie - A Biografia".

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"Se Bowie fosse simplesmente declarado homossexual pelo jornalista em vez de ele mesmo afirmar "Sou gay e sempre fui, mesmo quando eu era David Jones", como fez, o artigo poderia não ter o mesmo impacto. E seu impacto, em termos relativos, foi sísmico; a história foi pega pelos tabloides muito além dos semanários musicais.

Não é a homossexualidade, mas a bissexualidade sem reservas que torna a história tão irresistível. Watts fala sobre a esposa de Bowie e o bebê. De forma similar, se Bowie não tivesse um material tão forte atrás de si, ninguém teria se importado. "Não despreza David Bowie como músico sério só porque ele gosta de nos provocar", Watts fortuitamente declara no texto. O objetivo da entrevista parece saber que seu novo material vai torná-lo um grande astro. "Vou ser famoso e é bem assustador de certa forma", ele conta a Watts, e então, para mostrar a blindagem de seu destino, anuncia: "Sou gay e sempre fui, mesmo quando era David Jones".

Aqueles que amavam rock'n'roll conheciam o nome David Bowie por causa da qualidade de suas novas músicas, mas aqueles que não gostavam também reconheceriam o nome David Bowie. Watts repara na "jovialidade" da declaração, mas também no seu poder. "Ele sabe que nestes tempos é permissível ser meio vulgar, chocar e ultrajar, que foi sempre o que o pop buscou fazer pela história, é um processo de demolição. E se não é um acinte, é, pelo menos, um espanto. A expressão de sua ambivalência sexual estabelece um jogo fascinante: ele é ou não? Num período de identidade sexual conflitante, ele astuciosamente explora a confusão em torno de masculino e feminino. Bowie conclui a entrevista com um esclarecimento: o vestido que ele usou na capa de "The man who sold the world" não era um vestido de mulher, mas de homem, e, mais genericamente: "Não sou ultrajante. Sou David Bowie".

Quarenta anos à frente, com a homossexualidade ainda como um jogo político, há uma força persistente no artifício de escondê-la. A coragem de assumi-la é levemente enfraquecida quando se sabe que Mick Ronson foi também encorajado a "sair do armário" e recusou. "Nessa ele ficou um pouco solitário", Suzi diz. "David falava para ele: 'Vamos, cara'. Quando saiu a "Melody Maker", a mãe de Mick ficou perplexa. 'Seu filho é uma bicha.' Ele recebeu muita bala por isso. Até minha mãe veio com o jornal, jogou-o longe e disse: 'O que é isso?'. Mas ele era um garoto humilde, do Norte. Foi pela música que Mick ficou. David queria ser uma dessas pessoas vanguardistas, acho que ele conseguiu. Mas suas músicas eram fabulosas."

FONTE:
http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/839116-chega-biografia-de-david-bowie-leia-trecho-sobre-bissexualidade.shtml

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