terça-feira, 28 de junho de 2011

Superguidis encerra as atividades


O Superguidis anunciou no Twitter na última quinta, 23, que a banda gaúcha estava chegando ao fim.

"A @Superguidis informa que encerra suas atividades, por interesses pessoais que conflitavam com os da banda. Agradecemos a todos os que acompanharam a trajetória da banda, desde o seu nascimento em 2002 até os feitos recentes. Agradecemos a todos os produtores, festivais, bandas com quem dividimos palco, jornalistas e casas de shows. Valeu!", diziam as mensagens na rede social.

Em entrevista ao site da Rolling Stone Brasil, o vocalista Andrio Maquenzi explicou que a decisão aconteceu tranquilamente e de bom grado por parte de todos os integrantes, apenas porque não estavam conseguindo coordenar logisticamente o grupo e os interesses paralelos dos integrantes, de uns tempos para cá. Sendo assim, começaram a pensar no caso de terminar o Superguidis nos últimos meses. "Foi tudo muito tranqüilo. Somos, acima de tudo, brothers, amigos de longa data. O que aconteceu foi que cada um tem outros projetos pessoais e profissionais que estavam conflitando com os da banda. Eu estou cada vez mais inserido na música. Já os guris têm faculdade [Lucas e Marco], curso de chefe de cozinha (Diogo), têm outras coisas. São projetos pessoais deles que falaram mais alto. Na verdade, este ano, fizemos pouquíssimos shows por causa dessas coisas, as faculdades dos guris."

Maquenzi pretende investir, daqui para a frente, em outros grupos, que tocava paralelamente. "Tenho alguns outros projetos com colegas de trabalho e brothers. Tem uma banda instrumental, chamada Urso. Tenho uma outra chamada Worldengine e a Medialunas. Eles vão se dedicar aos projetos deles. Pode ser que montem outras bandas."

O Superguidis lançou, ao longo da carreira, três discos e dois EPs, sendo que o trabalho mais recente chegou ao mercado em 2010. O quarteto foi destaque no Acontece, na edição 42 da Rolling Stone Brasil. Leia este texto abaixo:


NÃO QUERO SER GRANDE

"Sentimos que é o grande momento de nossa carreira", aposta o vocalista do Superguidis, Andrio Maquenzi, sobre o terceiro disco da banda gaúcha. Gravado no Estúdio Daybreak, em Brasília, com produção de Philippe Seabra (Plebe Rude), mixagem do norte-americano Kyle Kelso e masterização de Gustavo Dreher, o álbum será editado em versão dupla no Brasil em uma parceria entre os selos Monstro Discos e Senhor F. Como bônus, terá o áudio do DVD Unplugged, gravado em um inferninho porto-alegrense (a versão em vídeo tem lançamento previsto para maio. São 21 faixas com temas dos três discos e duas covers dos conterrâneos do Prozak). Na Argentina o novo trabalho sai em versão simples, via Scatter Records.

Meio-termo entre o lo-fi ensolarado do primeiro e a compressão noise do segundo, o novo álbum, define Andrio, é um conjunto de altos e baixos, dinâmico e diferente dos outros mais lineares. "Tem sons limpos e cristalinos seguidos de uma podreira nunca antes executada por nós nos outros discos." Batizado de Superguidis, a banda quer que o álbum seja conhecido pela capa, "como o do cachorro de três patas do Alice in Chains", compara Maquenzi. Eles juram nunca terem se deslumbrado com o afã de tornar-se "banda grande". "O foco sempre foi a música e o reconhecimento como consequência. Sem contar que fazer música vai ficando cada vez mais divertido à medida que a gente vai aprendendo e se permite experimentar", pontua o guitarrista Lucas Pocamacha.

Longe de serem "indies mimados de apartamento", os integrantes do Superguidis têm a cara da "juventude suburbana emergente". Em uma crítica à pasmaceira do rock de Porto Alegre Wander Wildner chegou a comentar que a parte guaibense da banda é o que a salva. "Ele se referia justamente a essas 'marrentices' da capital, tão careta e conservadora". De fato, a banda tem cultivado rara coerência como operários na construção do novo mercado de música independente. Nas palavras de Andrio, o Guidis "não foi mordido pela mosquinha azul do mainstream". "Estamos trilhando um caminho. Para nós, é muito mais coerente do que esses pulos no abismo que muita galera dá. O problema é a afobação e a busca pelo sucesso, nem que isso custe a integridade artística. Especialmente falando-se de um mainstream tão imbecil quanto o nosso."

No segundo álbum, A Amarga Sinfonia do Superstar, parte da crítica avaliou que os Superguidis "cresceram rápido demais". Mas, e no terceiro, quão amadureceram? Andrio vê o novo disco soando pleno de juvenilidade. "As guitarras estão college rock noventão, em contraste com as letras, ainda existenciais, mas não bobas." O que anda faltando no rock nacional, para ele, são guitarras sujas: "Só ouço guitarras com synth e sopros e sofisticaçõezinhas para encher linguiça", alfi neta. Muitas promissoras bandas do cenário independente acabaram perdendo o bonde por falta de discos e hits e ficarem só no esquemão dos shows. O Superguidis consegue fazer essa dosagem com maestria. "Não temos uma fórmula e, se tivéssemos, não entregaríamos o ouro. Eu sou o cara que toca como se fosse o último show. É o momento do exorcismo. É aí que a gente ganha a torcida: sendo sinceros." Lucas discorda: "Eu acho que a gente tem uma fórmula, sim! Ela consiste em não se preocupar esperando a chegada do Papai Noel e tentar fazer a próxima música muito melhor que a anterior!"

FONTE:
www.rollingstone.com.br

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