"Se as crianças não forem expostas a música estranha, elas podem muito bem crescer, ir à escola, arrumar empregos, ter filhos... e morrer! Sem nunca terem experimentado a loucura! Isso é muito perigoso!" - LUX INTERIOR
quarta-feira, 25 de maio de 2011
O reinado de Beyoncé e outras pseudoprostitutas
Por ANDRÉ FORASTIERI
Antigamente, se dizia que toda artista era prostituta. A moça tinha que fugir de casa pra virar atriz, e fugir de uns sopapos do pai se quisesse cantar, no palco ou no rádio. Lugar de moça de família era em casa, e da casa onde nasceu pra do marido.
O mundo mudou e com ele, o papel da mulher, e da mulher nas artes. A revolução de costumes, movida a divórcio fácil, pílula anticoncepcional, descriminalização do aborto (pelo menos em alguns países mais civilizados que o Brasil) e pelas múltiplas faces do feminismo, deu origem à primeira geração de estrelas criadoras, fortes e independentes dos homens.
Adeus intérpretes das canções escritas por homens, tchau girl groups produzidos por homens, bye-bye para estrelas abusadas pelos maridos empresários. Como muitas coisas, a virada se cristalizou na Califórnia, meca do show-business, antro de malucos, berço de inovações descabeladas.
As garotas se tornaram lendas: Janis Joplin, Grace Slick, Joan Baez, Rickie Lee Jones e Carly Simon e Linda Ronstadt. E mulheres em bandas com homens - Stevie Nicks e Christine McVie, no Fleetwood Mac; Ann e Nancy Wilson no Heart, Suzi Quatro.
E depois chegou o punk e a new wave, e uma nova geração de mulheres que sabiam onde tinham o nariz e todo o resto ocuparam o holofote - Chrissie Hynde, dos Pretenders, e Debbie Harry, do Blondie; Siouxie Sioux; e Annie Lennox, e Joan Jett e as Go-Go's e tantas outras. Não eram musas do underground. Eram superestrelas que lotavam estádios e ganhavam discos de platina.
Elas tinham sex-appeal, sim, e eram claramente livres para decidir o que fazer e transar com quem bem entendessem. Elas eram muito femininas e nenhum homem não as reconheceriam como iguais. Hoje, todas as grandes estrelas parecem prostitutas. Não há nome do primeiro time que não rebole nos palcos e vídeos como uma piranha, pronta para receber dólares amassados na calcinha.
Uma é mais isso, outra mais aquilo, todas iguais na penumbra. Está na cara do freguês, e ficou dolorosamente óbvio na entrega do Billboard Music Awards - Beyoncé, Britney Spears, Nicki Minaj, Rihanna, Fergie, Ke$ha, e se estivessem lá Shakira e Katy Perry e Kelis e sei lá mais quantas, não destoavam do clima de zona.
Beyoncé foi apresentada por Michelle Obama, que a chamou de "role model", "exemplo a ser seguido"; Lady Gaga disse que Beyoncé representa "o sonho", Bono pagou pau etc. Entra a morena com roupa de travesti do Baixo Augusta e começa a se esfregar aqui e roçar acolá.
São todas filhotas da marafona Madonna, 53 anos no próximo agosto. Beyoncé não tinha um ano quando Madonna teve seu primeiro hit, Everybody, e no mesmo ano os clips de Lucky Star e Borderline já inauguravam o estilo stripper que hoje se tornou dominante. Lady Gaga nasceu dois anos depois de Like a Virgin e Material Girl, se você pode acreditar em uma coisa dessas.
Evidente que existem muitas mulheres no mundo da música que não se submetem a esse padrão biscatinha. Estou falando das superestrelas, e aí não sei de nenhuma que não se preste a este papel. Até Shakira, roqueira colombiana, "teve" que tirar a roupa, malhar, aloirar e aderir ao geme-geme pra estourar.
Arrisco uma explicação. As infinitas distrações deste novo século digital nos dificultam focar atenção. A solução de massa é abrutalhar os sentidos, transformar todas as músicas em um só refrão robótico, as personalidades em caricatura, as mulheres em um par de peitos e outro de coxas. Se esta ou aquela letra trata deste ou aquele tema de "empoderamento" da mulher, pouco importa.
Comunicação não é o que você fala, é o que o outro ouve. Madonna fazia boca de boquete, usava uma fivela escrita "boy toy" e se dizia feminista - e daí? Ela, como essas moças todas, parecia estar disposta a fazer tudo por dinheiro. Sozinha, fez este estrago. Me pergunto o que o efeito conjunto dessas moças todas fará nas garotinhas de hoje. Será que o futuro será de "material girls"?
Eu sou o cara menos moralista do mundo para essas coisas. Se uma mulher quiser transar com cem caras diferentes por semana, a decisão é dela. Isso não tem nada a ver com ganir feito cadelinha que salta conforme o homem mostra o osso.
Não nego que gosto de ver as partes desnudas de Beyoncé e cia., como todo homem que conheço, inclusive os gays; daqui alguns anos, não sei; destino de piranha é morrer jovem, ou envelhecer mal, incluindo as pseudo. Um passeio ao bordel tem lá seus charmes. Mas eu não queria viver lá. E as mulheres que conheço e respeito, menos ainda.
FONTE:
http://noticias.r7.com/blogs/andre-forastieri/2011/05/25/o-reinado-de-beyonce-e-outras-pseudo-prostitutas/
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