"Se as crianças não forem expostas a música estranha, elas podem muito bem crescer, ir à escola, arrumar empregos, ter filhos... e morrer! Sem nunca terem experimentado a loucura! Isso é muito perigoso!" - LUX INTERIOR
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Família Restart, Xuxa e os Menudos
É coisa da idade, então deixa elas brincarem de ser rebeldes. E nessa brincadeira a gente que é mais crescidinho vai rindo também... Falo dessas bandinhas coloridas que estão fazendo sucesso hoje no Brasil, tipo Cine e Restart. Esta última até já formou uma grande família: tão unida e cruel na defesa de seus interesses quanto a família Corleone, de O Poderoso Chefão. Ah, se eu não tiver a minha pulseirinha... Vou xingar muito no Twitter... Don Corleone que se cuide!
A coisa está tão infiltrada na mente da molecada, mas tão infilrada que a modinha de roupinhas coloridas e cabelinho desarrumado chegou até em Marechal Cândido Rondon, cidade onde qualquer moda costuma chegar com uns dois anos de atraso. Desta vez foi rápido, demorou só um ano. Mas ainda chegou no ápice da moda Restart. E a garotada se diverte e muito! Ontem ganhou até destaque nas páginas do jornal O Presente...
Essa moda está assentada em três coisas básicas: música, visual (roupa, cabelo e acessórios) e comportamento. Todas porcamente copiadas principalmente da geração da década de 80.
As tais roupas de cores berrantes não são nada mais do que uma releitura do visual new wave que varreu o mundo nos anos 1980. A banda Blitz do hoje ator Evandro Mesquita que o diga. A new wave é derivada da cena punk rock dos anos 70. No punk se usava muita roupa preta, cabelos desgrenhados, se discutia muito o lado podre da sociedade e também havia muito negativismo envolvido.
A new wave foi uma continuidade do punk, só que se inverteu o conteúdo. As bases musicais permaneceram semelhantes, só que se cantava sobre coisas mais alegres. Em vez de ser revoltado, a geração pós-punk era mais alegrinha, mais dançante, mais alto astral. Visualmente, o pretinho básico dos punks deu lugar ao coloridinho chamativo dos new wavers... Colorido que acabou também apropriado pelo Menudo e tals... Taí, Restart e Cine são os Menudos dos dias atuais!
Já ouviram aquela frase: na indústria cultural nada se cria, tudo se copia. Então, tudo isso que aconteceu com as modinhas rockers da molecada nos últimos cinco anos no Brasil não foi nada mais do que uma reapropriação muito da sem vergonha do punk e do new wave das décadas de 70 e 80.
Lembram daquela onda emo, quando a molecada andava muito chorona, vestida de preto e fazendo um sonzinho meio punk rock? De repente, de uma hora pra outra, esses meninos e meninas viram que podiam também sorrir, deixar o preto e lado e viver alegre e contente. Prolongaram a infância até os 15 anos e perceberam que ainda dá pra ser feliz e brincar com o palhaço Ronald no parquinho de diversões do McDonalds.
Nada se cria, tudo se copia. Do punk pro new wave. Do emo pra família Restart. Mudam os personagens, mas o roteiro é igual. Talvez só um pouco piorado.
Mas não vou dar uma de tiozão mal humorado. Deixa a criançada brincar de ser rebelde em paz. Deixa as meninas se escabelarem gritando LINDOOOOOO para os meninos que parecem meninas!!! Afinal, a vida é tão bonita. A Xuxa nos anos 80 (que coincidência!) já nos ensinava muito sobre as cores e que o que vale nessa vida é ser feliz. Então vamos lá, quem sabe canta junto esse xuxexo!!!
Vou pintar um arco-íris de energia
Pra deixar o mundo cheio de alegria
Se tá feio ou dividido
Vai ficar tão colorido
O que vale nessa vida é ser feliz
Com o azul eu vou sentir tranqüilidade
O laranja tem sabor de amizade
Com o verde eu tenho a esperança
Que existe em qualquer criança
E enfeitar o céu nas cores do amor
No amarelo um sorriso
Pra iluminar feito o sol tem o seu lugar
Brilha dentro da gente
Violeta mais uma cor que já vai chegar
O vermelho pra completar meu arco-íris no ar
Toda cor têm em si
Uma luz uma certa magia
Toda cor têm em si
Emoções em forma de poesia
Toda cor têm em si
Uma luz uma certa magia
Toda cor têm em si
Emoções em forma de poesia
Eô, eô
Eô, eô
Eô, eôôôôôô...
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